Por Leandro Bovo

O mercado de boi gordo permanece com o mesmo cenário das últimas semanas, ou seja, pouca oferta, muita dificuldade de compra e preços seguindo a tendência de alta, porém sem grandes saltos que justifiquem alguma re-precificação além do que já está refletido na curva de preços futuros na B3. A dificuldade agora é para o outubro conseguir romper o patamar de R$153,00/@e enquanto isso não ocorre, o marasmo voltou a dominar o mercado.

Sem grandes novidades no boi no curto prazo, voltaremos nossa atenção no texto de hoje para o mercado de milho, que vem apresentando uma volatilidade enorme e assustou muita gente com as fortes altas no começo do ano e a ausência de quedas relevantes durante a colheita da safrinha.

O ponto de partida para se fazer qualquer análise das expectativas de preços para o milho é olhar o balanço entre oferta e demanda para imaginar se os estoques de passagem são grades o suficiente para gerar pressão negativa ou positiva nos preços durante esse final de ano e o início do próximo ano.

Fazendo uma média das 5 principais instituições que divulgam de forma sistemática seus números para o mercado, temos o quadro abaixo:


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Resumindo os dados, o cenário mais provável é que tenhamos estoques de passagem de ao redor de 10 milhões de toneladas, volume inferior ao que tínhamos em 2017/2018. Outra característica desse estoque é que a maior parte dele está nas mãos dos produtores e não na mão dos usuários, o que agrega um maior potencial de volatilidade já que o produtor caso esteja capitalizado pode se dar ao luxo de postergar a venda a espera de preços mais altos, enquanto o consumidor tem a obrigação de comprar pelo menos o mínimo necessário, o que implica muitas vezes em ter que “aceitar” o preço pedido pelo vendedor. Esse foi em grande parte o responsável pelo cenário de preços sustentados que acompanhamos ao longo do ano até agora no milho.

Sem enormes surpresas negativas na exportação de milho até janeiro e fevereiro de 2019 e sem uma grande surpresa positiva na produção da safra de verão do milho em 2019, fica difícil imaginar algum grande movimento de baixa nos preços até as notícias com relação a safrinha de 2019 serem minimamente confiáveis. Nesse Cenário momentos de queda nos preços futuros de milho podem abrir boas oportunidades para garantia de custos favoráveis para primeiro semestre de 2019.

***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” da Scot Consultoria***