Por Douglas Coelho da Radar Investimentos
Diversas vezes escrevemos neste espaço fundamentos que contextualizam o mercado físico de commodities agrícolas.
Desta vez, abordaremos um conceito relativamente simples, mas que comumente não é acompanhado quanto merece, que é a divisão de contratos negociados no mercado futuro de boi gordo por tipo de participante.
Na negociação dos futuros da B3, existem 5 categorias de participantes, que são:
Pessoa Jurídica Financeira: bancos comerciais e de investimento;
Pessoa Jurídica Não Financeira: empresas não financeiras. É nesta categoria que estão os frigoríficos;
Investidor Institucional: fundos de investimento;
Investidor não residente: estrangeiros;
Pessoa Física: pecuaristas e especuladores do mercado.
Atualmente, temos observado que o volume de animais terminados a pasto é a minoria dentro das operações de abate dos frigoríficos paulistas. Ou seja, o final da safra já é uma página praticamente virada no mercado físico do boi gordo.
Este cenário vai ao encontro do quadro abaixo, que é a última posição de participantes divulgada.
Note que um pouco menos da metade da posição comprada no mercado futuro do boi gordo está “na mão” da pessoa física. Enquanto, 73,5% da posição vendedora é de pessoas jurídicas não financeiras, da mesma forma que, a posição líquida é de -10.803 (posição vendida maior do que a posição comprada). Isto é explicado pelo hedge das compras de boi a termo feito pela indústria, que é realizado com as vendas de contratos no mercado futuro.
Vale a pena ponderar que mesmo os frigoríficos sendo P.J. Não Financeira, não é possível afirmar que essa posição vendida seja 100% desta indústria.
Toda sexta-feira pela manhã, a atualização destas posições é disponibilizada pela B3. A Radar Investimentos também compila estes dados e colabora com a divulgação contínua para nossos clientes e parceiros.
A combinação da leitura dos fatos no mercado físico e preços acompanhada desta dinâmica de participantes amplia a visão do hedger/especulador. Ter uma visão holística do mercado é fundamental para usar as ferramentas de proteção de preços com mais segurança.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (25/7) da Scot Consultoria***