Investing.com – O Comitê de Política Monetária decidiu pela a redução da Selic em 50 pontos-base na reunião de política monetária de dois dias encerrada nesta quarta-feira. A retomada de afrouxamento monetário coloca a Selic em seu patamar mais baixo da história, a 6,00%. A decisão não surpreende o mercado, que precificou os juros DI para um corte de quase 50 pontos-base, apesar do consenso indicar corte de 0,25 p.p. nesta reunião.

O principal evento que proporciona ao colegiado à queda dos juros foi o avanço da tramitação da reforma da Previdência no início. Mesmo considerando risco relevante quanto à frustração de o texto não ser aprovado no prosseguimento da tramitação após o recesso parlamentar, com o corte o Copom sinaliza que amplo parlamentar com quase 380 deputados votando favoravelmente à matéria com uma economia fiscal estimada em R$ 900 bilhões em 10 anos contribui para o reequilíbrio das contas públicas.

O Copom, contudo, ressalva a importância da continuação da agenda de ajuste na economia brasileira para que a trajetória inflacionária continue favorável e os juros sigam caindo.

Além disso, a nova taxa básica de juros foi decidida baseada em um cenário-base com indicadores recentes de atividade econômica apontando para um gradual processo de recuperação econômica, após a interrupção ocorrida nos últimos trimestres. Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro ter contraído, dados econômicos referentes ao segundo trimestre indicam um retorno à recuperação gradual da economia. Mesmo assim, o nível de ociosidade continua elevado e pode proporcionar a construção de expectativa de queda inflacionária.

Em relação ao cenário externo, o Copom novamente aborda um ambiente menos adverso com a perspectiva de afrouxamento monetário, já realizado hoje pelo Federal Reserve, que cortou em 25 pontos-base a taxa dos Fed Funds, a taxa referência da economia americana. Outros bancos centrais de países desenvolvidos e emergentes também começaram o seu processo de flexibilização monetária.

“O cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias. Entretanto, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem”, disse o BC em comunicado

Por outro lado, a principal condicionante para os estímulos monetários são a desaceleração econômica global em curso, que se transforma em risco para impulsionar a alta da inflação.