São Paulo, 27/01/2021 – A demanda mais fraca pela carne suína no mercado interno e para exportação, comum no início do ano, tem pressionado os valores pagos pela carcaça e, com isso, o produto se distanciou dos preços da carcaça bovina e se aproximou do frango inteiro, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No atacado da Grande São Paulo, a média da carcaça especial suína registra atualmente a maior diferença nominal em relação à da carne bovina (carcaça casada), considerando-se toda a histórica do Cepea, iniciada em 2004. “Nesta parcial de janeiro (até o dia 26), a diferença está em 7,95 reais/kg, sendo 23,2% acima da observada em dezembro/20 e 78,5% maior que a de janeiro/20, em termos nominais”, disse o centro de estudos em relatório sobre o mercado.

Em relação ao frango inteiro resfriado, a diferença recuou 1,2% de dezembro para janeiro, a 5,23 reais/kg neste mês, mas ainda 30,7% acima da observada em janeiro de 2020, em termos nominais. “Na média de janeiro, a carcaça especial suína é cotada a R$ 10,97/kg, recuo de 1,7% frente à do mês anterior, mas ainda 22,6% acima da média observada em janeiro/20. Os recuos já eram esperados pelos agentes da cadeia, uma vez que este mês é historicamente marcado por baixa liquidez.”

Ainda de acordo com o Cepea, no mercado da carne bovina, as exportações firmes e oferta enxuta de animais para abate sustentam os preços da carcaça. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina se valorizou 7,7% de dezembro para a parcial de janeiro, com a média deste mês a R$ 18,92/kg, 41,2% acima da verificada em janeiro/20.

“Para a carne de frango, a lentidão nas vendas, que vem sendo observada desde o final de dezembro, faz com que agentes do setor operem com oferta elevada de carne, criando estoques e pressionando os valores. Na parcial de janeiro, o frango inteiro resfriado é negociado a R$ 5,74/kg na Grande São Paulo, recuo de 2,1% na comparação com o mês anterior, mas ainda 16% acima de janeiro/20, em termos nominais.”

De 20 a 27 de janeiro, em Patos de Minas (MG), o suíno vivo se desvalorizou 8,4% na semana, com média de R$ 5,99/kg na terça-feira, 26. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), a baixa foi de 14,7%, a R$ 5,91/kg. Já no Sul, colaboradores do Cepea afirmam que a demanda das agroindústrias, especialmente por conta das exportadoras, tem limitado quedas mais intensas. No oeste catarinense, o suíno foi cotado a R$ 7,42/kg na terça-feira, queda de 2,5% em sete dias. Em Erechim (RS), o recuo foi de 2,1% na semana, a R$ 7,03/kg no dia 26. No sudoeste paranaense, a desvalorização foi de 6,2%, com média de R$ 6,47/kg na terça-feira.