Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
Já vinhamos abordando nesse espaço que as exportações vêm ganhando cada vez mais importância no escoamento de nossa produção e na precificação da arroba paga ao produtor. A alta do dólar, associada á maior demanda da China e ao menor potencial comprador do mercado interno foram o cenário por trás desse ganho de relevância das exportações no mercado brasileiro.
Esse cenário deve perdurar e até se intensificar ao longo de 2021, e por isso a diminuição no volume exportado em janeiro na comparação com janeiro de 2020 chamou a atenção de muitos participantes do mercado. Confira no gráfico a seguir a evolução dos volumes exportados e do faturamento em reais dos últimos anos.
O menor volume exportado em janeiro chamou a atenção porque quebrou uma sequência de vários meses em que a exportação vinha quebrando recordes de volumes exportado mês após mês. Esse pior desempenho também coincidiu com o pico de valorização da nossa @ em dólares nos últimos 6 anos conforme mostramos no artigo da semana passada e por isso muitos se perguntam se essa pode ter sido a causa.
O resultado de um único mês não pode ser entendido como tendência para o restante do ano e não é correto tirar conclusões com base em tão poucos dados assim. O mais provável é que resultado desse mês tenha sido causado muito mais pela baixa disponibilidade de animais para abate e consequente menor oferta de carne na exportação do que por uma menor demanda externa. O fato de a carne no mercado interno ter seguido em alta mesmo com a exportação diminuindo corrobora com essa análise. Analisar os dados consolidados de exportação no primeiro trimestre poderá dar informações mais corretas sobre a tendência para o restante do ano.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (4/fev) da Scot Consultoria***