O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 1,5% em fevereiro ante janeiro, segunda queda consecutiva nessa comparação e que levou o indicador a 104,5 pontos no mês. Na comparação com fevereiro de 2020, a queda no Icec foi de 18,5%. Para a entidade, o segundo recuo consecutivo do Icec no ano revela preocupação dos comerciantes com a economia, em meio à pandemia.

Na passagem de janeiro para fevereiro, os três tópicos usados para cálculo do Icec mostraram recuos. É o caso de condições atuais (-3,1%); expectativas (-1,6%); e intenção de investimentos (-0,2%). Na comparação com fevereiro de 2020, os recuos nesses tópicos foram mais intensos, respectivamente de -29,2%, de -13,8%, e de -14,4%, em fevereiro desse ano, detalhou a CNC.

Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros admitiu que os sinais no setor são de pouco otimismo neste início de ano. No entanto, ele considerou que implementação de novo programa de transferência de renda, entre outras políticas públicas para acelerar a capacidade de recuperação da economia e do consumo, poderiam modificar o cenário de incertezas, melhorando as expectativas. “Os efeitos desta crise sem precedentes ainda reverberam, e a solução para retornarmos ao cenário anterior à pandemia é a vacinação em massa da população”, acrescentou ele, em comunicado sobre o indicador.

Já o economista da CNC responsável pela pesquisa, Antonio Everton detalhou que, na prática, os comerciantes reconhecem que o momento econômico atual se mostra difícil para os negócios: “O entendimento de que a economia melhorou correspondeu a uma fatia muito pequena dos entrevistados (3%) [no Icec de fevereiro], o que pode ser um sinal de reticência empresarial quanto às perspectivas da evolução econômica em um ritmo mais forte, nos próximos meses”, concluiu ele, em nota da CNC sobre o resultado do indicador. (Por Valor Econômico)