Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
Mais uma semana se passou sem que houvesse nenhuma comunicação da China sobre a liberação das exportações brasileiras de carne bovina. A cada dia que se passa sem notícias do parceiro que absorve mais de 60% de nossas exportações, maior é a pressão baixista que as indústrias conseguem impor no mercado físico. Em São Paulo a referência dos negócios já está em R$ 280,00/@ e na manhã do dia 07/10 já existem indústrias abrindo preços de balcão abaixo dessa referência. A condição das escalas em geral é muito confortável e já existem indústrias que contam com contratos a termo com as escalas do mês de outubro completas.
Toda essa pressão baixista aliada a alta recente do dólar fez com que o preço do boi brasileiro caísse de forma ainda mais acentuada em dólares, nos colocando novamente no posto de boi mais barato do mundo entre os principais exportadores. Acompanhe no gráfico abaixo a evolução do boi brasileiro em US$/@.
Com essa “promoção” na carne brasileira, é muito provável que clientes antigos que não conseguiam comprar nosso produto voltarão a entrar no radar das indústrias exportadoras, além de um possível aumento de volume destinado aos atuais parceiros comerciais. A inflação de alimentos no mundo é uma realidade, o aumento nos custos de produção tem sido brutal e com certeza os compradores não vão deixar passar a oportunidade de aproveitar a gondola de carnes do supermercado do mundo em promoção.
O curto prazo ainda será tumultuado e até que a concentração de saída dos bois confinados e o excesso de carne nas câmaras frias das indústrias tenha sido absorvido pelo mercado, a pressão baixista continuará grande, porém no médio prazo dificilmente nossa @ em dólares permanecerá tão baixa como a atual. Existe luz no fim do túnel, no seu devido tempo ela ficará mais aparente, com China ou sem China.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (7/out) da Scot Consultoria***