Por Míriam Leitão
O rombo da Previdência é tão grande que vale comparar para ter a dimensão do tamanho. Com os R$ 268,7 bi seria possível, por exemplo, comprar todas as ações da Petrobras, cotada a R$ 246 bi, de acordo com a consultoria Economatica. Ou seja, o déficit em um ano ultrapassou o valor de mercado da empresa mais valiosa do país. Em outra comparação, o montante permitiria comprar o BB, o Santander e o grupo Ultrapar, que controla os postos Ipiranga. Tudo junto.
De 2016 para 2017, o rombo na previdência dos trabalhadores dos setores privado e público aumentou R$ 42 bi. Só essa aceleração do déficit em um ano seria suficiente para comprar a Eletrobras e ainda sobrariam R$ 17 bi.
Comparado a políticas públicas, o desequilíbrio da Previdência também é enorme. O Bolsa Família, o mais amplo e importante programa social do país, custa R$ 30 bi ao ano. Ou seja, o rombo de um ano cobriria a despesa do programa por nove anos. Só o déficit do sistema dos militares é de R$ 37 bi, e eles não entraram no projeto da reforma.
A equação não fecha e o país precisa encarar isso, independentemente de qual seja o governo. Os candidatos à eleição deste ano precisam encarar isso de forma sincera. É uma questão de sensatez.