São Paulo, 13/06/2018 – A consultoria Céleres reduziu em 6 milhões de toneladas a sua estimativa para a produção de milho safrinha no Brasil em 2017/18. O volume estimado hoje é de 57,4 milhões de toneladas, o que representa queda de quase 10 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, conforme boletim divulgado pela consultoria nesta quarta-feira. A Céleres atribuiu o ajuste ao atraso inicial no plantio e à estiagem observada nos meses de abril e maio.
Conforme a consultoria, no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo os
rendimentos deverão ter forte queda, em consequência da seca observada em abril. Já em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, o comprometimento não deve ser tão acentuado, mas a produtividade será menor do que na safra anterior. “As lavouras mais precoces de Mato Grosso apresentaram boas produtividades, mas as próximas lavouras não deverão ter rendimentos semelhantes”, disse.
Segundo a Céleres, as exportações de milho devem chegar a 30 milhões de toneladas em 2018. A consultoria destaca que o câmbio e os preços internacionais devem favorecer as exportações do cereal brasileiro até o fim do ano. Entretanto, a demanda interna por milho pode ser prejudicada. “A dificuldade do setor (de proteína animal) de escoar sua produção em meio aos embargos comerciais e ao limitado consumo interno por carnes, bem como pelos altos preços de milho, que deverão se manter no segundo semestre, deverá frear o consumo de ração no mercado interno.”
A consultoria disse ainda no relatório que a greve dos caminhoneiros e as incertezas sobre os preços de fretes “paralisaram o mercado, sobretudo as negociações para exportação”. (Leticia Pakulski – leticia.pakulski@estadao.com)