Por Douglas Coelho da Radar Investimentos

A pergunta do título é bastante subjetiva, seja ela em qualquer quesito. A resposta fica ainda mais cinza, quando as mudanças são iniciais.

 O ano de 2019 mal começou e temos algumas alterações que têm entrado no radar dos pecuaristas, mas que até o primeiro momento, apenas ligam um sinal amarelo.

A primeira e mais notável alteração é um padrão de chuvas abaixo do esperado neste primeiro bimestre do ano.  As altas temperaturas e as chuvas irregulares desde dez/18 devem ter algum impacto sobre a produção de grãos. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em seu último boletim, projeta até o momento uma queda de 3,4% da produtividade no Mato Grosso em relação a 17/18. Além dito, os próximos dias também serão decisivos para o milho não apenas no estado, mas no Centro-Sul como um todo. Primeiro sinal amarelo, principalmente para o confinador.

O outro ponto vem do lado do celeiro agrícola do país, o Mato Grosso. Foi aprovado o novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), isso cria uma nova tributação para o milho, soja, algodão e boi gordo. O Mato Grosso vende ao redor de 500 mil cabeças de bovinos para outros estados por ano para engorda. Embora o assunto seja bem incipiente, o estado é relevante na pecuária, o que merece atenção. Segundo sinal amarelo.

O terceiro sinal amarelo é do dia-a-dia, tem um peso menor, mas não deixa de ser interessante. Desde meados de janeiro, as escalas de abate da indústria têm patinado. Os relatos são de que há dificuldade em encontrar bovinos machos terminados com bom acabamento de carcaça e em volume considerável em SP. O movimento é atípico já que estamos em plena safra.

Nos anos anteriores e, especificamente em 2017, o mercado físico do boi gordo passou por eventos externos que frearam uma correção natural dos preços.

Como qualquer outra commodity ou ativo, as cotações tendem a corrigir ao longo tempo. Assim, como tivemos mudanças que frearam a correção, também devemos ficar atentos às alterações que podem acelerá-la.

***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi e Companhia” da Scot Consultoria***