São Paulo, 09/04/2019 – O Egito afrouxou as regras sanitárias para importação de carne de frango de vários países, informou a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Em nota, a entidade disse que o Ministério da Agricultura egípcio publicou em março decreto que desobriga a inspeção de lotes de frango – entre o abate e a entrega no porto – por veterinários licenciados no país, regra que passa a valer para todos os membros da Organização Mundial de Epizootias, entre eles o Brasil. Segundo a câmara, na prática a decisão vai diminuir a burocracia e baratear o custo do frango que chega ao Egito, uma vez que a inspeção sanitária era custeada pelos frigoríficos. O presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, estima queda de pelo menos 10% no custo do frango a partir da flexibilização das regras sanitárias. O cálculo considera a diária de US$ 200 paga a cada veterinário egípcio, mais custos com viagem e estadia, durante os 40 dias que ficam em média no Brasil.

“A decisão, resultado de um intenso trabalho setorial envolvendo a Câmara Árabe, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Fambras e a Embaixada do Brasil no Egito, traz uma nova perspectiva para o comércio com o país”, afirma Hannun. Atualmente, o Egito é principal parceiro comercial do Brasil no mundo árabe, depois de ter superado em 2018 a Arábia Saudita com importações de US$ 2,13 bilhões. Também é o terceiro mercado para a carne bovina brasileira no mundo. No frango, no entanto, o comércio é ainda bem tímido e, para Hannun, pode ser mais bem explorado. Em 2018, o Egito foi o 23º maior comprador da ave brasileira. As vendas do produto ao país somaram apenas US$ 76,2 milhões, menos de um décimo do total vendido à Arábia Saudita, por exemplo. (Nayara Figueiredo, nayara.figueiredo@estadao.com)