Cepea, 15/mai – No correr de 2019, dois fatores têm contribuído para que os preços praticados ao longo da cadeia suinícola se mantenham em patamares bastante superiores aos registrados no ano passado. No que tange à oferta, a produção de suínos está mais ajustada se comparada à de 2018; já em relação à demanda, as vendas ao front externo têm crescido de forma contínua.

Essa conjuntura, além de impulsionar os valores da carne no mercado interno, tem elevado também os preços dos animais, desde os leitões até os suínos prontos para o abate. Na ponta inicial da cadeia, o leitão desmama registra preço médio de R$ 12,00/kg no Oeste Catarinense na parcial deste mês (até o dia 14), avanço de 16% frente àquele de maio/18, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de abril/19). No mesmo comparativo, em Erechim (RS), a alta foi de 15%, com a média da parcial de maio a R$ 12,11/kg.

O leitão creche, por sua vez, teve média de R$ 6,51/kg na região catarinense e de R$ 6,59/kg na gaúcha, também na parcial de maio. Esses preços superam em 15% e 17%, respectivamente, os registrados em maio/18, também em termos reais.

Os aumentos para o animal em idade de abate foram ainda mais expressivos. No Oeste Catarinense, o suíno vivo, posto no frigorífico, é negociado ao preço médio de R$ 3,89/kg na parcial deste mês, avanço real de 32% frente ao mesmo período do ano passado.

Em Erechim (RS), no mesmo comparativo, a alta no preço do animal vivo foi de 34%, com valor médio de R$ 4,09/kg neste mês. Segundo colaboradores do Cepea, a oferta de suínos está se sobrepondo à demanda atualmente, uma vez que algumas plantas frigoríficas estão passando por reestruturação e, por conta disso, as atividades de abate estão momentaneamente interrompidas.

Quanto ao mercado de carnes, no atacado da Grande São Paulo, o quilo da carcaça especial suína teve valorização real de 30% na parcial deste mês frente ao mesmo período do ano passada, com negócios em média de R$ 6,56/kg (valores deflacionados pelo IPCA de abril/19). Para a carcaça comum, no mesmo comparativo, a alta foi de 31%, a R$ 6,32/kg na parcial de maio.

Insumos – Entre 7 e 14 de maio, os valores do milho e do farelo de soja tiveram movimentação distinta em Campinas (SP). No período, o cereal valorizou-se 1,8%, com os negócios registrando média de R$ 32,60/saca de 60 quilos na terça-feira, 14. Por outro lado, quanto ao derivado da oleaginosa, houve queda de 1,1% nas cotações em sete dias, com média de R$ 1.123,00/tonelada também no dia 14.

Análise sobre o setor suinícola elaborada pelo Cepea.
Equipe: Dr. Sergio De Zen, Thiago Bernardino de Carvalho, Juliana Ferraz, Maristela de Mello Martins, Karen Bandeira, Luccas Bavaresco, Matheus do Valle Liasch e Otávio Biagi Veronez.

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