Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
Finalmente a tão esperada notícia da retomada dos embarques para a China foi confirmada oficialmente na manhã de hoje. A expectativa para essa retomada já era bastante consistente desde o início da semana, com o mercado futuro operando em alta durante toda a semana e acelerando o movimento no pregão de ontem 12/0 em antecipação.
Com a retomada as exportações, as férias coletivas de algumas indústrias que haviam sido anunciadas foram canceladas e as ordens de compra retomadas, trazendo maior firmeza ao mercado físico que tinha ficado praticamente sem movimento nas últimas semanas.
Acompanhe no gráfico abaixo a evolução do contrato de out19 com a queda de praticamente 10 reais desde a notícia do problema no MT e sua recuperação até o meio dia do pregão de hoje.
Infelizmente, mesmo com a retomada de praticamente o mesmo patamar existente antes do tumulto ainda não é possível dizer que a situação tenha voltado totalmente ao normal, já que o cenário para o confinamento traçado pelo mercado futuro já não está tão favorável como antes. As duas principais mudanças foram a forte e surpreendente alta nos preços do milho, consequência do atraso no plantio dos EUA e a forte alta no custo dos seguros de preço mínimo derivado do aumento da volatilidade do mercado futuro.
O milho setembro que chegou a ser negociado em sua mínima próximo a R$31,00/saca, está atualmente em R$39,00/saca piorando sobremaneira as contas de quem não tinha nenhum tipo de proteção via futuros ou opções. No caso dos preços mínimos, um seguro de R$155,00/@ para outubro que chegou a ser negociado ao custo de R$1,00/@ hoje custaria ao redor de R$1,40/@.
Logicamente a movimentação dos mercados futuros é muito dinâmica e da mesma forma que as contas pioraram em 15 dias, elas podem voltar a melhorar nas próximas semanas, porque teremos uma enorme safrinha entrando no mercado, que poderia evitar altas mais agressivas no milho. A lição de casa é a mesma de sempre: ficar atento as oportunidades e agir quando elas aparecerem, já que via de regra elas passam rápido.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (14/6) da Scot Consultoria***