Por Juliana Schincariol do Valor Econômico

RIO  –  Com a aprovação da reforma da Previdência, a nota de classificação de risco do Brasil pode subir um degrau e o país pode voltar a ter o grau de investimento ainda no governo Bolsonaro. A avaliação é do economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato.

“Esperamos um ‘upgrade’ este ano e um novo ‘upgrade’ no fim do ano que vem”, afirmou, durante apresentação em reunião Apimec (associação dos analistas de mercado), no Rio.

“Precisamos avançar na agenda de reformas para dar consistência à recuperação da economia e confiança ao setor privado”, disse Honorato. Essa agenda inclui, por exemplo, privatizações, abertura da economia, e reformas macroeconômicas e fiscais. “Não é exagero dizer que a agenda de reformas é uma das mais ambiciosas do mundo”, disse.

O economista ponderou que as perspectivas são razoáveis, tendo em vista que o Congresso Nacional adotou uma agenda liberal.

Sem os gastos públicos pressionando a economia brasileira, Honorato acredita ser possível discutir uma taxa Selic de 4% ou até abaixo. “O mundo não tem juros negativos à toa”, afirmou.

Na visão dele, a atual agenda econômica é construtiva e uma das mais promissoras dos últimos anos. “Tem muito dinheiro para investir no Brasil. E estamos olhando o desenvolvimento da economia global e local para ver se a agenda é entregue”.