Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
A diminuição de oferta típica da entressafra demorou para acontecer, mas finalmente parece ter se instalado de forma generalizada no mercado pecuário brasileiro. Não é um apagão de oferta gerando preços sistematicamente mais altos dia após dia, mas é uma sensível diminuição dando vazão a uma alta pequena, mas consistente que vem acontecendo desde o início de agosto.
O reflexo disso, aliado ao maior direcionamento da produção á exportação fica evidente ao analisarmos o comportamento da carne com osso no mercado interno, que trabalha em alta também desde meados de julho, atingindo sua máxima no ano até agora. Chama ainda mais atenção esse fato ter acontecido no final do mês, período em que tradicionalmente o consumo é menor devido à distância do pagamento dos salários no início do mês. Observe no gráfico abaixo.
A alta da carne no mercado interno é muito bem-vinda, já que ajuda a melhorar o folego das indústrias não exportadoras ou não habilitadas á China, mesmo assim a diferença de resultado entre essas indústrias é gigantesca e fica difícil acompanhar a agressividade de quem acessa o mercado chinês.
A tendência para o último trimestre do ano é que a carne continue a sua trajetória positiva amparada não só na diminuição da oferta, mas também na melhora da demanda sazonal até as festas de fim de ano. O cenário, portanto, para o boi gordo segue positivo e a curva de preços reflete essa realidade com novembro em R$165,50 e dezembro em R$167,50. No começo dessa semana houve negociações de seguro de preço mínimo de novembro e dezembro de nível R$163,00/@ ao custo de R$1,00/@ apenas. Preços em alta e volatilidade em baixa se traduzem em ótimas oportunidades para compra desses seguros. Vale a pena aproveitar!
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (26/9) da Scot Consultoria***