Por Douglas Coelho da Radar Investimentos

Na última semana, a Brasil Bolsa Balcão (B3) enviou um comunicado externo informando que a partir de janeiro de 2020 a metodologia do Indicador de Preços ESALQ-USP, à vista, de São Paulo será atualizada.

Em resumo, as duas principais mudanças foram:

– A amostra terá a participação de frigoríficos com registro no Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP);

– Haverá ponderação do preço pelo número de cabeças negociadas.

As alterações são estruturais e muito bem-vindas. Isto mostra que os órgãos envolvidos têm feito sua parte adequando as ferramentas de precificação para a realidade atual. Agora, a informação do pecuarista fica ainda mais essencial, principalmente daquele que negocia volumes relativamente menores e espaçados.

Olhando para o mercado físico do boi gordo, a mudança notada nos últimos dias foi o aumento da disputa por animais “tipo China” pelos frigoríficos. Com a inclusão de mais plantas habilitadas, o valor pago por este animal tem girado ao redor de R$165-R$166/@, com uma diferença entre R$4,00 e R$5,00 da boiada comum.

No mercado externo, a situação da peste suína na Ásia ainda está longe de ser resolvida. Nesta quinta-feira, o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul notificou mais dois casos na fronteira com a Coreia do Norte. Somente a China, nosso principal importador de carne bovina aumentou em 11,2% o volume negociado nos 9 primeiros meses de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior.

O que é a continuação da crise por lá pode se traduzir em mais mudanças do ritmo das exportações por aqui.

***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (3/10) da Scot Consultoria***