Por Douglas Coelho da Radar Investimentos
As últimas mudanças da metodologia do Indicador Esalq-USP, a escalada de preços entre os frigoríficos exportadores e habilitação de indústrias que ainda não acessavam o mercado chinês trouxe uma injeção de adrenalina para o mercado do boi gordo.
Logo após estes fatos, a curva dos preços futuros na B3 mostrou força. Para os contratos mais curtos, este movimento foi mais contido, enquanto para os mais longos a oscilação foi evidente.
Outro ponto que merece ser destacado é o número de contratos em aberto. Desde o início do ano, o volume de contratos de boi gordo na B3 ficou 5,2x maior. Para os participantes que buscam operações rápidas (especulador) neste mercado, este aumento é essencial, pois dá liquidez para a entrada e saída de posições. Veja o histórico de 2019.
Para o pecuarista, os ventos também sopram a favor. A dinâmica para hedge via mercado futuro também é beneficiada com o aumento de contratos. Esta modalidade geralmente é adotada pelo pecuarista que possui maior apetite a risco e também dispõe de caixa para a margem de garantia e os ajustes diários.
Olhando para o pecuarista que não tem tanta experiência ou familiaridade com as ferramentas de trava de preço, o seguro de preço mínimo (chamada de put no mercado financeiro) é mais simples, pois funciona como um seguro de um carro e tem sido o “arroz com feijão” para quem não quer ficar exposto.
Um exemplo disto é o boi gordo para janeiro 2020 (BGIF20). Historicamente, o mês de janeiro é marcado pela sazonalidade da “ressaca” do mercado interno com impostos e as exportações colaboram menos para o escoamento da produção. Com o mercado futuro ao redor de R$171,00/@, atualmente é possível encontrar proteções ao redor de R$164,00 pagando até R$1,0/@ de prêmio. Com os preços em alta, as janelas de oportunidade podem se abrir, por isto é sempre bom ficar de orelha em pé!
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (10/10) da Scot Consultoria***