Por Exame
O cônsul da China no Rio de Janeiro, Li Yang, afirmou que o governo chinês estuda com o governo brasileiro uma parceria bilateral para ampliar a capacidade de frigoríficos brasileiros para potencial aumento nas vendas externas de carne para o país asiático.
Segundo ele, essa capacidade dos frigoríficos brasileiros é uma limitação para a ampliação das exportações nacionais para a China. Li afirmou que as conversas entre os dois países já iniciaram, mas não há um montante definido de quanto poderá ser investido na expansão do setor no país.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o Brasil caminha para quebrar seu próprio recorde de exportações de carne bovina em 2020. Embarques brasileiros de carne bovina devem terminar 2019 com um recorde de 1,828 milhão de toneladas, uma alta de 11,3% em relação à máxima anterior, registrada em 2018. No próximo ano, porém, a marca deve voltar a ser batida, com um avanço de 13% no volume de exportações do produto, para 2,067 milhões de toneladas, segundo estimativas da entidade.
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Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as processadoras de alimentos do Brasil deverão aumentar as exportações de carne de porco e frango em 2020, puxadas pela forte demanda da China. A entidade prevê que as exportações brasileiras de carne suína possam crescer ao menos 15% no próximo ano, para 850 mil toneladas, e os embarques de carne de frango deverão aumentar para 4,5 milhões de toneladas, alta de 7% em relação à previsão para 2019.
“O Brasil não exporta mais para China por conta de sua logística e de sua capacidade de refrigeração”, disse Li à jornalistas em evento na FGV.
“O Brasil tem grande volume de produção de carnes, mas não tem capacidade para levar as carnes para China. Estamos pensando em resolver isso; será um próximo passo a ser dado na nossa cooperação bilateral”, disse o cônsul chinês. “Podemos investir para melhorar a condição de frigoríficos aqui no Brasil”, acrescentou sem dar detalhes.
“A China está fazendo todo esforço para equilibrar os laços com todos os países. Mas a cooperação é bilateral e tem que ser baseada na vontade das duas partes”, finalizou.