Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
Aos poucos a diminuição dos abates gerada pela relutância do pecuarista em entregar seus bois a preços mais baixos vai tendo reflexo na oferta de carne no mercado interno, o que, aliado à virada do mês e volta às aulas, trouxe de volta as altas para a carne. O boi casado saiu da mínima de R$12,84/kg em meados de janeiro para os atuais R$13,53/kg, numa alta de mais de 5% nas últimas semanas. Acompanhe a figura 1.
Essa melhora ajudou as indústrias a recuperar um pouco o fôlego das compras e os R$200,00/@ em São Paulo voltaram a ser o preço mais negociado na última semana. O mercado futuro reagiu bem a essa situação e, com exceção do contrato de fevereiro, já negocia toda a safra de 2020 nessa mesma base de R$200,00/@, com out/20 a R$209,00/@. Esses ainda não são os preços “dos sonhos” dos pecuaristas, mas, pelo menos, já sinalizam alguma sustentação, permitindo que o pecuarista faça contas de qual mês é mais positivo entregar seus animais prontos.
Uma curva de preços sem queda na safra é uma ótima notícia, já que permite aproveitar ao máximo a engorda mais barata a pasto sem pagar o “pedágio” de vender seus animais mais baratos no fim da safra. Na verdade, atualmente o contrato de maio/20 está um real acima do mar/20, configurando uma situação muito rara de acontecer, que é curva de preços com carrego na safra.
Apesar de já ter recuado dos extremos atingidos no final de 2019, a volatilidade do mercado ainda permanece bem acima do que é historicamente “normal” para o mercado futuro de boi, deixando as opções ainda um pouco caras. Porém, vale a pena acompanhar a evolução de preços para tentar aproveitar as oportunidades de fazer seguro de preço mínimo para o final da safra.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (6/fev) da Scot Consultoria***