Por Leticia Pakulski da Agência Estado
São Paulo, 28/05/2020 – A Portos do Paraná informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os embarques e desembarques de cargas estão funcionando normalmente em todos os berços de atracação do Porto de Paranaguá. O berço 214 voltou a fazer carregamento de um navio de soja na madrugada de quarta-feira, após ter ficado fechado por cerca de 24 horas, da noite de segunda-feira (25) até terça-feira (26), conforme a autoridade portuária. O fechamento do berço ocorreu depois de a tripulação do navio MV CLYMENE, de bandeira maltense, que carregava soja no local, informar que um dos integrantes (de origem filipina) precisava de atendimento médico por suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
Segundo a administração portuária, o berço passou por “um processo de sanitarização” de acordo com as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de retomar a operação. Agora está atracado no local o navio Elena, que desde à 1h de quarta-feira carrega soja no berço.
O porto tem 22 berços de atracação, sendo três exclusivamente para contêineres. Dos 19 restantes, três são exclusivos para exportação de granéis, e os outros 16 podem ser usados para cargas diversas, inclusive granéis, dependendo da demanda.
O MV CLYMENE desatracou do berço 214 e está fundeado no interior da Baía de Paranaguá, onde ficará em quarentena até nova determinação da Anvisa. O navio já havia carregado 35 mil toneladas de soja e ainda precisa carregar mais 27 mil toneladas, conforme a Portos do Paraná.
Os resultados da contraprova do tripulante que teve sintomas, internado no hospital Paranaguá, deram negativo para o novo coronavírus, segundo a administração portuária. O filipino realizou o teste do tipo PCR, que identifica a presença da cepa virulenta, conforme determinado no protocolo da Anvisa. O primeiro teste rápido havia dado positivo. Outros três tripulantes tiveram o resultado da primeira testagem positivo para a covid-19. Todos os tripulantes da embarcação passarão pela contraprova.
Nenhum tripulante de navio vindo do exterior está autorizado a desembarcar nos portos de Paranaguá e Antonina antes do prazo de 14 dias da chegada ao primeiro porto brasileiro. O navio de bandeira maltense estava em Paranaguá desde 5 de maio e havia obtido o certificado de livre prática que permitia a atracação, mas o tripulante começou a passar mal depois disso.
Conforme a assessoria da Portos do Paraná, os dois portos estão adotando Plano de Contingência para combate da pandemia do novo coronavírus, com uma série de medidas, como criação do comitê de contingências para acompanhamento da doença e assessoria na tomada de decisões, suspensão de viagens e eventos presenciais com mais de 10 pessoas e trabalho remoto para alguns servidores, com manutenção de serviços essenciais em regime de escala ou rodízio. Não estão previstas mudanças nesse plano.