Por Eduardo Laguna, especial para a Agência Estado, e André Ítalo Rocha

São Paulo, 15/07/2020 – O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje a cobrança de um imposto sobre transações digitais como o caminho para ampliar a base tributária e, assim, diminuir alíquotas de outros tributos.

Em entrevista à Jovem Pan, Guedes disse que, a partir de um imposto sobre transações online, será possível desonerar a folha salarial das empresas ou diminuir alíquotas do imposto de renda e do IVA, imposto previsto na reforma tributária que unifica vários tributos.

Segundo o ministro, uma alíquota pequena, de 0,20% sobre o comércio eletrônico, teria grande capacidade de arrecadação.

“Só tem uma forma de simplificar e reduzir alíquotas, é ampliando base. Quando se fala em imposto sobre pagamentos, a ideia é ampliar a base. Se todo mundo paga um pouquinho, não precisa pagar muito”, assinalou Guedes.

Segundo ele, o imposto sobre movimentação financeira, condenado por diversos setores empresariais, é feio “mas não é cruel”.

A intenção, ao taxar o e-commerce, é introduzir no sistema uma terceira base de recolhimento de impostos diante da digitalização da economia. “Estamos entrando em um mundo digital, onde operações são feitas digitalmente. O mundo do futuro é de bits and bytes.”

Guedes disse ainda que a reforma tributária está pronta, à espera do processamento político. “O Congresso é reformista, quer avançar”, afirmou o ministro.