Por Agência Estado (Broadcast)

São Paulo, 03/02/2021 – A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a biofarmacêutica AstraZeneca pode ter “impacto substancial” na redução da transmissão do vírus, segundo estudo publicado nesta terça-feira, 2, que também revelou que a eficácia do imunizante pode chegar a 82,4% quando suas duas doses são aplicadas com intervalo de três meses ou mais.

Apesar de estudos anteriores já terem indicado a capacidade de redução de casos graves, moderados e leves da doença, ainda existem dúvidas sobre o potencial de transmissão do vírus após a vacinação. No estudo, os participantes foram submetidos semanalmente a testes do tipo PCR – feitos com swabs, cotonetes que coletam amostras do nariz e da garganta. Os pesquisadores detectaram redução de 67% nos testes positivos após a primeira dose da vacina e 49.5% após a segunda. Uma vez que o vírus não é detectado nos exames PCR, mesmo que uma pessoa esteja infectada, ele não pode ser transmitido.

O estudo, realizado em Oxford, que ainda deve passar pela revisão dos pares antes de sua publicação, indica que as pessoas vacinadas não estão apenas protegidas contra sintomas graves da doença, mas têm menos probabilidade de infectar outras pessoas.

“Se não houvesse impacto da vacina nas infecções assintomáticas, seria esperado que uma vacina eficaz simplesmente convertesse casos severos para leves e casos leves para assintomáticos, sem mudanças nos índices de PCR positivos”, dizem os pesquisadores na publicação.

A vacina pode, portanto, ter grande impacto em termos de transmissão, disse nesta quarta-feira, 3, o diretor do projeto, Andrew Pollard, à rede BBC, embora tenha especificado que os testes foram realizados antes do aparecimento das novas variantes.

O estudo mostra uma eficácia de 76% da vacina contra casos sintomáticos após a primeira dose, que se mantém por três meses. A eficácia sobe para 82,4% após uma segunda dose injetada três meses depois.

Esses elementos reforçam a estratégia do governo do Reino Unido que, para poder vacinar mais pessoas rapidamente, decidiu adiar a segunda injeção para até 12 semanas depois. (O Estado de S.Paulo, com agências internacionais)